Saudade do Que Nunca Vivemos: E Se o Mundo Acabasse como The Last of Us em 2003?
Recentemente, estava assistindo à série The Last of Us, e achei o enredo interessante. Sim, isso significa que eu só conheci a história do jogo pela série, mas não é bem esse o quero discutir.
O que vou falar é sobre uma pergunta com a qual eu me deparei após observar o universo da série: como seria o mundo se uma doença tivesse causado o fim do mundo em 2003?
Quais seriam nossas últimas lembranças dos eventos que marcaram a história, da alta tecnologia, filmes, música?
Para te ajudar a perceber a diferença, vamos relembrar tudo que aconteceu — ou que não aconteceu — desde “Outbreak Day” (é como eles chamam na série, o dia em que a pandemia estourou).
Adeus, tecnologia
É fato que muita coisa mudou nos últimos 20 anos, principalmente quando o assunto é tecnologia. Mas o que mais poderia estar longe da nossa realidade? Conheça as soluções que não vivemos sem, mas que não estariam nem perto de serem descobertas com esse fim do mundo precoce. A começar pelo GPS.
GPS? Eu sei, não parece tão importante assim. Até que você pare para pensar: qual foi a última vez que você foi a um lugar desconhecido sem usar o sistema de localização? Imagino que poucas — confesso que eu também.
Mesmo que o GPS tenha sido inventado nos anos 1970, o uso deles pelo público geral só começou a acontecer nos anos 2000, quando foi adaptado para os automóveis.
Na própria série isso se mostra um problema. Toda a jornada de Joel e Ellie se torna mais longa, confusa e perigosa, já que eles só podem se guiar por um mapa. Bem retrô.
Era uma vez o Iphone
É isso mesmo que você leu. A tecnologia teria um desfalque GIGANTE caso o mundo tivesse acabado nos primeiros três anos do novo século. E, mesmo que você não seja do time Apple, precisa admitir o peso que a invenção desse telefone teve na maneira como usamos os celulares hoje.
Mesmo que já existissem os telefones móveis, o lançamento do primeiro Iphone em 2007 fez o mundo da tecnologia e comunicação remota ser diferente.
Os fãs de jogos vão pirar — por mais que muitos sejam adeptos dos clássicos. O motivo é simples. No ano de 2006 era lançado o videogame que mudaria a experiência do jogador.
Diferente de todos os jogos existentes, o Wii era interativo. Não como o Guitar Hero, interativo mesmo. A Nintendo queria desassociar o videogame do sedentarismo, por isso investiu no Wiimote, o controle sem fio do Wii que captava movimentos.
Infelizmente, esse marco no mundo dos gamers nunca existiria nesse Universo The Last of Us. Triste.
Essa talvez seja a mudança mais chocante, porém, a mais óbvia. A maioria (com “m” maiúsculo) das redes sociais não existiria. Aliás, toda a comunicação seria baseada em ligações de vídeo no recém lançado MySpace — aposto que muita gente nem sabe o que é isso.
Na lista estão todas que você conseguir imaginar: Facebook, Instagram, WhatsApp, Twitter, TikTok e até mesmo o nostálgico Orkut nunca existiria (ele só seria criado em 2008).
O YouTube também não seria a referência de plataforma de vídeos que temos — aliás, isso me gerou outra dúvida: como as pessoas viam vídeos antes do YouTube? Mas isso é conversa pra outra hora. Voltemos.
O passado pede carona
E, entre as soluções que temos mais recentes que nunca seriam criadas, os transportes por aplicativos fariam falta. Bom, faria se eles tivessem sido o sucesso que foram no “nosso” futuro.
Isso porque o Uber, empresa pioneira no ramo, só surgiu no ano de 2009. Ou seja, tarde demais em um cenário onde fungos conseguem contaminar e controlar os humanos.
Entretenimento tá diferente
Você pode até imaginar o mundo sem entretenimento, mas você não faz ideia do que sentiria falta quando o assunto é cinema, música, TV e mais. Prepare seu coração pra tudo que você não iria conhecer.
Se tem algo que marca uma época são as músicas. Quem não ouve uma música da infância (ou adolescência) e já começa a sentir aquela nostalgia gostosa?! E pensando no cenário de TLOU, as perdas seriam grandes desde 2003.
Para você ter uma ideia, Beyoncé, um dos nomes mais importantes da música hoje, estava apenas no seu primeiro álbum solo no ano em questão. Isso significa que Halo, If I Were a Boy, Single Ladies, XO e muitos outros hits da musa não teriam sido lançados.
Além disso, neste ano artistas como Amy Winehouse, Adele, Ed Sheeran e Taylor Swift nem sonhavam em ser os queridinhos do pop.
Ah, e por falar em música, não é só em questão de repertório que sentiríamos falta. Até o ano de 2006, o streaming de música Spotify não existia. Aliás, apenas em 2014 ele ganhou um espaço maior. Ou seja, a música que você escutaria viria dos CDs, mp3s e das rádios, como vemos na série.
E o cinema também seria órfão de sucessos de bilheteria e filmes premiados que ficaram para a história como Avatar****, Quem Quer Ser um Milionário****, Wall-e****, O Senhor dos Anéis — O Retorno do Rei e muitos outros.
Também dá pra pensar nas séries de TV que nunca teriam um fim como Friends, ou nem mesmo teriam sido criadas como Breaking Bad****, Game of Thrones****, Lost e até a série teen aclamada Glee.
E pegando o gancho de falar de séries, chegamos a mais uma lembrança triste do que nunca viveríamos: a ascensão dos streamings, ou melhor dizendo: a Netflix. A empresa existia desde 1997, mas só substituiu as locadoras (e os sites piratas) em 2010, quando lançou seu serviço de transmissão de filmes e séries online.
E por último, mas definitivamente não menos importante, teríamos uma enorme lacuna na saga de um bruxinho lutando contra o mau e crescendo num universo que qualquer um já desejou viver. Estou falando, claro, de Harry Potter.
Na época em que o mundo acaba em The Last of Us, só deu tempo de J. K. Rowling escrever 5 dos 7 livros de Harry Potter. E no cinema, só teríamos visto os 2 primeiros filmes da saga.
A história que nunca foi (ou seria) escrita
Algo que mudaria muito nas lembranças do mundo como ele era, seriam os acontecimentos históricos mundiais.
Há apenas 2 anos da destruição do mundo com fungos assassinos, o último acontecimento histórico que abalou o mundo foi o ataque às Torres Gêmeas. E, março de 2003 foi quando os Estados Unidos resolveu invadir o Iraque a fim de acabar com o possível líder do massacre de 11 de setembro.
Alguns exemplos de eventos que felizmente nunca aconteceriam seriam a crise econômica de 2008 e a guerra na Ucrânia.
E, claro, a pandemia de COVID-19 que marcou a entrada dos anos 2020 nunca teria acontecido — não que os personagens do jogo não tenham sofrido sua própria pandemia.
O jogo The Last of Us existiria?
E pra finalizar, todas as perguntas do que existiria ou não, a dúvida é: o jogo The Last of Us já teria saído? Ironicamente, a resposta é não. Isso porque o jogo foi lançado 10 anos depois do ano de 2003.