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A Ciência Macabra da Guerra: Experimentos Para Criar Super-Humanos

experimentos super humanos

É possível criar um super-humano? Alguém com habilidades incomuns para a maioria? Nem eu nem você somos os primeiros a questionar isso. Curiosos, mentes brilhantes, e infelizmente, pessoas poderosas e mal intencionadas, testaram essa teoria — e os resultados foram desastrosos.

Preparamos um dossiê dos casos mais ambiciosos e desumanos feitos em prol da transformação de homens comuns em “extraordinários”.

Os 5 Projetos Mais Bizarros Para Criar Super-Humanos

Houve um período — aliás, um longo período — onde os seres humanos eram usados como cobaias em testes com as mais variadas finalidades.

E na maioria dos casos, a finalidade era uma só: criar soldados melhores para lutar na guerra. Sim, grandes cientistas, unidos com líderes cruéis, torturaram e mataram homens, mulheres e crianças para desenvolver armas biológicas, e super humanos.

A ideia era que combatentes indestrutíveis eram mais valiosos do que nossa própria espécie.

A pior parte é que demorou muito para isso parar. As leis para punir as atrocidades realizadas em seres humanos são recentes, com o que hoje conhecemos como bioética.

Mas, os estragos feitos foram grandes o suficiente para marcarem a história. Para sempre.

Veja agora uma lista dos projetos mais bizarros já criados para desenvolver um super ser humano.

#1 Os olhos dos gêmeos de Auschwitz

Quando se fala de guerra, a primeira que vem à cabeça é a Segunda Guerra Mundial. O motivo doloroso da lembrança é justamente a proporção de crueldade registrada nesse período sombrio.

E os laboratórios nos campos de concentração estão no topo da lista, já que foi lá que coisas terríveis aconteceram.

Grande parte da culpa foi do Dr. Joseph Mengele, médico alemão que liderou experimentos em gêmeos judeus (seus objetos de estudo preferidos) em Auschwitz.

Ele os usava como cobaias para testar sua teoria: seres humanos poderiam ser geneticamente modificados em vida. A primeira abordagem era dar um tratamento especial aos irmãos que chegavam. Mas logo a tortura começava.

Para alcançar esse objetivo, ele realizou testes experimentais, como a separação de gêmeos siameses, injeções de células e produtos químicos, remoção de órgãos, transferência de sangue de um gêmeo para outro, a eutanásia, a castração, a esterilização e a exposição a substâncias tóxicas e mutilações cirúrgicas.

Além disso, ele usava outros grupos, como bebês, e testava quanto tempo eles sobreviviam sem a mãe.

Em um de seus ensaios mais bizarros, ele injetava tinta nos olhos de pacientes na intenção de mudar a cor da íris. O resultado era perda de visão, e, em muitos casos, a morte. Ao serem descartados, os olhos dos prisioneiros eram arrancados e entravam para a coleção do doutor.

Infelizmente, a maioria dos projetos de Mengele resultaram em deformidade, doenças, complicações e morte.

#2 Autópsia antecipada na Unidade 731

O acontecimento que está em segundo na nossa lista foi um dos projetos mais desumanos já registrados em nome da ciência.

A Unidade 731 era uma unidade de pesquisas fundada em 1931 e idealizada pelo general japonês Shiro Ishii. Com a Guerra Sino-Japonesa, o projeto montou sua base em Pingfang de Harbin.

O número absurdo de 200 mil pessoas, em sua maioria prisioneiros chineses, foram submetidos a testes que fogem da nossa compreensão ao longo da década em que o centro funcionou.

Entretanto, toda a história do que houve só foi descoberta em 1984, quando foram descobertos documentos das atrocidades feitas. O caso ficou conhecido como “A Auschwitz Asiática”, devido ao nível de frieza com que todos os detentos foram tratados.

Na lista de bizarrices, estão experimentos como cirurgias para unir órgãos, testes de impacto de bombas a determinadas distâncias e até injetar urina de cavalo nos rins dos prisioneiros.

E, se não bastasse tudo isso, houveram dissecação de seres vivos, (é isso mesmo: abrir alguém enquanto está vivo) na lista. Com certeza um dos testes mais absurdos. Hoje a história é contada em livros e documentários.

#3 Os pés frios da Guerra Fria

Durante a Guerra Fria, os governos da URSS e dos Estados Unidos realizaram diversos experimentos para aumentar a resistência dos soldados ao clima frio.

Na Rússia, o líder soviético Iósif Stálin ordenou que o dr. Grigori Maironovksy realizasse experimentos no campo de concentração de Vorkuta. Mais de 10.000 prisioneiros foram submetidos a condições brutais de frio intenso, privação de alimentos e outros tipos de tortura.

Os experimentos visavam desenvolver novos tipos de roupas e equipamentos para aumentar a resistência dos soldados ao frio, já que o clima tornava os combatentes vulneráveis à perda de membros.

Também foram realizados testes de exposição a produtos químicos, como o clorofórmio, para verificar se os soldados conseguiam resistir a baixas temperaturas.

E devido a uma condição chamada “pé de trincheira” , onde os soldados perdiam a circulação devido ao tempo que tinham que ficar imóveis, surgiu um teste bizarro: os soldados tinham seus pés expostos ao frio para ver quanto tempo demorariam para gangrenar.

#4 Sob alta pressão

A Guerra Fria também realizou experimentos visando melhorar a resistência dos soldados a altas pressões atmosféricas.

O Experimento “Pressure Experiments” foi feito entre 1947 e 1948 pelo Dr. Henry Beecher. Neste experimento, os soldados foram colocados em centrífugas para serem submetidos a pressões de até 14,7 atmosferas (mais de duas vezes a pressão atmosférica normal).

Os soldados foram monitorados para verificar se o corpo conseguia ajustar-se às altas pressões, e os resultados foram avaliados para desenvolver equipamentos e procedimentos que aumentassem a resistência dos soldados.

Entre as técnicas, também estavam a administração de oxigênio, a utilização de pressurizadores e a exposição a pressões atmosféricas extremas.

A intenção era criar equipamentos e procedimentos que tornassem os soldados adaptados a pressões atmosféricas, caso fosse necessário um combate no ar.

#5 Exército hospedeiro

Existem registros de experimentos para criar armas biológicas em vários momentos da história. A ideia era infectar soldados para que, durante as batalhas, eles servissem de hospedeiros para espalhar doenças que matariam os inimigos.

Acredita-se que o uso de patógenos seja usado desde a Idade Média em conflitos. Esse tipo de tentativa continuou em eventos mais recentes, como na Primeira e Segunda Guerra Mundial.

Para se ter uma ideia, durante a Guerra da Coreia, estima-se que mil prisioneiros morreram devido à contaminação proposital que eles eram submetidos.

Material contaminado com diversas doenças como peste e tifo foram injetadas em presos com a finalidade de enfraquecer o lado adversário.

O lado “bom” da coisa

Como diria a frase (se é que ela cabe nesse contexto), há males que vêm para bem.

Mesmo sem querer, alguns desses experimentos tiveram um “final feliz”. Cientistas envolvidos tropeçaram sem querer em soluções importantes para os seres humanos quando o assunto é saúde, tecnologia e outras áreas.

Muitas curas para doenças foram criadas ou difundidas a partir da tentativa de criar armas biológicas, como no caso dos antibióticos.

Além disso, outras descobertas muito utilizadas foram descobertas na guerra. Alguns exemplos disso são as cabines pressurizadas dos aviões e até o M&M’s (isso mesmo, o confete de chocolate).

Isso definitivamente não compensa o mal feito, mas, de alguma forma, fez as perdas valerem a pena para salvar outras vidas.

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